Uma cana de pesca para o meu avô

28-04-2015 11:00

 Livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura e obra do prémio Nobel de Literatura do ano 2000, Gao Xingjian, que com imenso talento e inteligência, percorre, em 6 contos, os lugares da infância, as alegrias simples do amor e da amizade, os dramas da rua e as tragédias vividas pela China. É uma obra de sorrisos e lágrimas que nos deixa o belo e suave sabor da emoção.. Não é um livro de heróis mas sim de uma singular beleza.

 O Templo, o 1.º conto,  intromete-mo-nos na lua-de-mel de um casal jovem que transmite uma tal serenidade na forma de se amarem e de estarem juntos, não só como casal, mas também como amigos e companheiros que são, que só podemos sorrir durante a sua leitura.
 
    O Acidente, o 2.º conto, passamos da vida e do amor para a morte e outro tipo de amor. Após um a cidente junta-se no local uma multidão perplexa e cheia de opiniões. O fascínio que sentimos, em situações destas é estranhissimo, inesplicável...
 
    A Cãibra, o 3.º conto traz o tema do mar, que se repete nos contos que se seguem. Um rapaz nada no mar e sente uma cãibra, aflito para regressar a terra firme deseja que a rapariga que estava a tentar impressionar o tivesse visto entrar no mar e se aperceba da sua situação...
 
   Num Parque, no 4.º conto conhecemos um rapaz e uma rapariga que se reencontram depois  de alguns anos. No passado gostaram um do outro mas nunca deram o passo para a relação ir mais além. A vida separa-os e, quando  se voltaram a encontrar, aquilo que sentiam um pelo outro, embora intacto já não faz muito sentido. Ao longe, no mesmo parque, observam uma rapariga que chora. Não a tentam consolar porque de nada servirá, a dor é algo que faz parte da vida e da qual não se consegue fugir.
 
   Uma Cana de Pesca para o Meu Avô, é o 5.º conto e é o mais extenso e aquelcom escrit mais apelativa e imaginativa. Um homem jovem compra uma cana de pesca para o avô que não vê há muitos anos e de quem sente muita falta. O conto narra a infância deste homem junto do avô, de quem tem muitas memórias. Uma história de saudade, de esquecimento e lembrança.
 
   Este último conto intitulado Instantâneos, é a narração de momentos, instantes das vidas das personagens percebendo-se o fio condutor que os liga uns aos outros. O mar volta a ser uma importante referência.